SMS de Guarapuava promove 1° Workshop sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA)

04/04/2023

O evento, que se deu no auditório do Centro Universitário UniGuairacá, reuniu diversos profissionais da área da saúde com o intuito de debater sobre a Escala M-CHAT e a importância de sua identificação precoce. 

Na manhã desta terça-feira (04), a prefeitura de Guarapuava, por meio da Secretaria de Saúde (SMS), do Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES), em parceria com a UniGuairacá e a Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO), realizou o 1° Workshop sobre o Transtorno do Espectro Autista.

“Especialmente neste dia, eu venho aqui pedir a todos, enquanto sociedade, para que juntos, nos sensibilizemos com a causa que ainda é tão pouco discutida, para que seja tratada com toda a importância que de fato tem. Ontem, estive em Curitiba e pude acompanhar um pouco da audiência pública sobre o tema que estava acontecendo e percebi a dificuldade que as famílias que possuem filhos com TEA encontram no dia a dia, por essa falta de auxílio do poder público e da população em tratar sobre o autismo. Por isso, parabenizo a toda equipe da Secretaria de Saúde pela iniciativa. Vamos mudar essa realidade”, enfatizou o prefeito Celso Góes.

O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades. Sinais de alerta no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de vida, sendo o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 a 3 anos de idade.

“É uma satisfação muito grande estarmos aqui hoje com o principal intuito de sensibilizar os nossos profissionais de saúde que estão na linha de frente nos atendimentos dos pacientes. É muito importante receber e ter esse conhecimento acerca do TEA, para que possamos saber identificar precocemente a doença, e dar o tratamento adequado, acolhendo os pacientes o quanto antes”, sublinhou a secretária de Saúde de Guarapuava, Chayane Andrade Ceroni.

Por meio da escala de rastreamento M-CHAT, é possível identificar traços de autismo em crianças precocemente. A inclusão do M-CHAT no fast medic e a capacitação de profissionais é de suma importância na identificação precoce, facilitando o acompanhamento e tratamento do paciente.

Em Guarapuava, a causa é representada pela Associação Guarapuavana Mundo Azul (AGMA), que se caracteriza como um espaço de referência para pais e familiares, na busca de tratamento e conforto para os filhos com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista ou Autismo (TEA).

Fundada em setembro de 2013, a instituição procura desenvolver ações em prol da luta pelos Direitos dos Autistas e suas famílias.

“Este mês, estamos com uma programação bem intensa, pois abril é o mês de conscientização do autismo. Quero dizer que em especial este ano, graças a Deus, a causa está ganhando mais atenção e mais visibilidade. E tudo isso, é graças a iniciativas como esta de hoje. Estamos intensificando as ações este mês, mas o nosso trabalho pela causa acontece durante todo o ano. Quem quiser conhecer mais do nosso trabalho, nossa instituição está de portas abertas”, destaca a presidente da AGMA, Losanja dos Santos.

A diretora do departamento de gestão do trabalho e educação em saúde, e idealizadora do evento, Mônica da Silva Tavares, contou como nasceu a iniciativa.

“Desde que me formei em psicologia, gosto de trabalhar com crianças. De início, trabalhei em uma escola de educação especial e ali eu percebi a necessidade em me especializar e compreender mais sobre o Transtorno do Espectro Autista. Então o workshop nasceu por perceber esta necessidade, para que os profissionais da área de saúde possam compreender mais sobre o TEA. Claro que sozinha eu não consigo mudar a realidade da falta do atendimento especializado e da humanização no atendimento aos autistas, mas tenho a certeza de que graças à união e a uma rede de apoio, conseguiremos mudar e transformar a sociedade”, argumentou Mônica.

Durante o evento pela manhã, foram ministradas três palestras. A primeira, com o tema “Autismo (TEA) e Diagnóstico Precoce”, com a palestrante Silvia Mara de Souza Halick, que destacou a importância em se falar e diagnosticar o mais cedo possível o autismo para o tratamento adequado.

Silvia é doutoranda do programa de pós-graduação interdisciplinar em desenvolvimento comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), com o desenvolvimento da pesquisa: autismo: prevalência, diagnóstico sistematizado e marcadores genéticos da população TEA em Guarapuava e região. Tem 20 anos de experiência em atuação como médica neuropediatra (especialista) em atendimento na rede privada e na rede pública de saúde nas áreas de pediatria e neuropediatria, entre outras qualificações.

Como segundo palestrante do dia, Weber Cláudio Francisco Nunes da Silva, trouxe como tema “Farmacologia aplicada ao TEA”. Weber possui graduação em farmácia-bioquímica pela universidade de São Paulo (USP) (2002) e em ciência da computação pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) (2020), mestrado em bioquímica (2005) e doutorado em medicina (2010) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS). Atualmente é professor orientador de mestrado e doutorado em fisiologia na UFRS e de mestrado profissionalizante em propriedade intelectual na UNICENTRO, além de atuar como professor associado na mesma instituição.

Por fim, a terceira palestrante da manhã, Fulviana Silva Nishiyama, trouxe em sua exposição o tema: “Aspectos da Fisioterapia de Pacientes com TEA”. Fulviana possui doutorado em ciências médicas (neurociências e ciências do comportamento) pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP (2016). Mestrado em ciências médicas (neurociências e ciências do comportamento) pela Faculdade de Medicina da USP (2011). Especialização em fisioterapia neurofuncional pelo Centro Universitário Barão de Mauá (2011). Bacharel em fisioterapia pelo centro universitário Barão de Mauá (2007). Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN) e do comitê de ética em pesquisa da UNICENTRO. Professora colaboradora no departamento de Fisioterapia da UNICENTRO. Possui experiência na área de Fisioterapia, atuando principalmente nos seguintes temas: neurologia, neurociências, doença de charco-marie-tooth, doenças neuromusculares e Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O evento ocorre durante toda esta terça-feira. Na parte da tarde, haverá exposição: Rede de Atenção ao TEA, com Maria Emi,  mitos e verdades sobre o TEA com Mônica Tavares, atividade em grupo: aplicação do M-CHAT, apresentação dos trabalhos pelos relatores, pós-teste e avaliação do workshop com Mônica Tavares.

Participam do 1° workshop sobre TEA de Guarapuava, servidores municipais da Secretaria de Saúde e acadêmicos da área.