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Políticas públicas municipais colaboram para redução de feminicídios em Guarapuava

22/07/2019

Zelar pela vida, amparar e empoderar mulheres são os principais objetivos das ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, criada em 2013, em Guarapuava. No ano de sua fundação, a cidade registrou 8 casos de feminicídios. Três anos depois, o número reduziu pela metade. Já em 2017, nenhum feminicídio foi constatado. “Temos uma redução significativa que mostra o fortalecimento da nossa rede de enfrentamento e articulação da comunidade nesta luta. Esse não é o resultado de uma ação única e isolada, mas devido a um conjunto de ações de políticas públicas para as mulheres que desenvolvemos em nossa cidade, buscando mostrar que elas não estão sozinhas, que essa luta é de todos nós”, ressaltou a secretária de Políticas Públicas para Mulheres, Priscila Schran de Lima.

CASA ABRIGO

Dentre as ações que permitiram essa redução, está a Casa Abrigo. Desde março de 2015, Guarapuava conta com um lar de apoio para abrigar mulheres em risco de morte por violência doméstica. Além disso, elas recebem atendimento psicológico, jurídico e social. A casa tem capacidade para acolher até 15 pessoas, entre mulheres e filhos menores, com estrutura de quartos, salas, copa, cozinha, lavanderia, banheiros, brinquedoteca, oratório e playground, além de vigilância 24 horas.

PROJETO MARIA DA PENHA NAS ESCOLAS

Pensando nas próximas gerações, o projeto Maria da Penha nas Escolas utiliza a educação como ferramenta na prevenção da violência contra a mulher. As três etapas que compõe esta ação envolvem pais, professores e especialmente alunos, onde em rodas de conversa, debates e atividades diferenciadas a equipe trabalha sobre atitudes preventivas para inserir na rotina das crianças a consciência do combate a violência contra a mulher, obtendo resultados em longo prazo.

REDE DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher é uma ferramenta de articulação entre as lideranças do município e diz respeito à atuação articulada entre as instituições/serviços governamentais, não-governamentais e a comunidade, buscando o desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e de políticas que garantam o empoderamento das mulheres e seus direitos humanos, a responsabilização dos agressores e a assistência qualificada às mulheres em situação de violência. A Rede atende todas as mulheres que sofram qualquer tipo de violência, tanto as previstas na Lei Maria da Penha, quanto assédio, importunação sexual e outras. Fazem parte da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher de Guarapuava: Secretarias Municipais da Mulher, de Saúde, de Educação e Cultura e de Assistência e Desenvolvimento Social; Delegacia da Mulher; Patronato; Polícia Militar; Poder Judiciário; 5ª Regional de Saúde; Unicentro; Faculdade Campo Real; hospitais; Ministério Público; Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude (NEDDIJ); Conselho da Comunidade e Tutelar; Florescer; Núcleo Maria da Penha; IML; Movimentos de Mulheres; OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); Defensoria Pública e Clube Soroptimista.

CRAM – CENTRO DE REFERÊNCIA DE ATENDIMENTO À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

O CRAM (Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência) atende todas as mulheres que sofram qualquer tipo de violência, tanto as previstas na Lei Maria da Penha, quanto assédio, importunação sexual e outras. Oferece acompanhamento até a Delegacia da Mulher, requerimento de medida protetiva e encaminhamento a Casa Abrigo, caso seja necessário. Além disso, também  disponibiliza atendimento psicológico, social e jurídico, e articula os demais serviços da Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

PATRULHA MARIA DA PENHA

Outra ação é a Patrulha Maria da Penha, mais uma aliada para atender as mulheres em situação de violência. Ela funciona com um veículo e uma equipe exclusiva que, de segunda a sexta-feira, monitora mulheres que possuem medidas protetivas, verificando se a lei está sendo cumprida e qual a situação dela e dos filhos. A atuação ocorre em bairros, distritos e na área rural.

PROMOÇÃO DA AUTONOMIA ECONÔMICA

Também os cursos profissionalizantes possibilitam a independência das mulheres e a inclusão no mercado de trabalho, contribuindo com a autonomia econômica, emancipação e, consequentemente, superação da violência doméstica e familiar. Panificação, auxiliar de cozinha, técnicas em zeladoria, jardinagem e paisagismo, limpeza e higiene hospitalar e técnicas em vendas foram as atividades que formaram e empregaram mais de 590 mulheres em dois anos. Os cursos são abertos a toda mulher que tenha interesse, sendo que as vítimas de violência têm prioridade.

grafico feminicidio

Publicado em: 22/07/2019