Notícias

Pela primeira vez, Guarapuava e região discutem as políticas e direitos humanos de LGBTT+

20/10/2015

Guarapuava promoveu a 1ª Conferência Municipal e Regional de Políticas e Direitos Humanos de LGBTT+. Com o tema “Por um Brasil que criminalize a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”, a ideia é propor estratégias para a implantação das ações do plano estadual e do sistema nacional de promoção da cidadania e enfrentamento à violência contra os cidadãos LGBTT+, além de avaliar  como foram efetivadas as determinações do Plano Estadual de políticas públicas de promoção e defesa dos direitos humanos para o enfrentamento a todos os tipos de violência.

O encontro, que aconteceu durante esta terça-feira (20), na Faculdade Guairacá, reuniu cerca de 200 pessoas, entre representantes da sociedade civil, professores, estudantes, gestores, sindicalistas e sujeitos LGBTT da região. A vice-prefeita e secretária de Políticas para as Mulheres, Eva Schran, destaca que a primeira conferência evidencia que por meio do engajamento social a comunidade poderá avançar contra a violência e discriminação de gênero. “É através do respeito, inclusão social e visibilidade que vamos ter uma sociedade justa onde todos façam valer os direitos humanos”, esclarece. O evento foi promovido pelas secretarias municipais de Políticas para as Mulheres, de Assistência Social, de Educação e de Saúde, Ministério Público do Paraná, APP (Sindicato dos Profissionais de Educação do Paraná), Sisppmug (Sindicato dos Servidores Públicos e Professores Municipais de Guarapuava), 5ª Regional de Saúde, Núcleo Regional de Educação e Coletivo Feminista Cláudia da Silva.

Pela manhã, a presidente do Trans Grupo Marcela Prado e Conselheira Nacional de Combate à Discriminação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Rafaelly Wiest, falou sobre homofobia e transfobia e o papel do Estado na transformação desta realidade que atinge milhares de pessoas. “Temos uma declaração de direitos humanos que diz que todos devem ser tratados igualmente. As pessoas devem entender que identidade de gênero não é uma questão de escolha. As pessoas devem ser respeitadas pelo que são, pois a cobrança de políticas públicas existe pelo fato do Brasil ser o país onde mais ocorre violência física e assassinatos contra a população LGBTT”, salienta.

Durante à tarde aconteceram apresentações culturais e o debate dos eixos, que vão apontar propostas  que serão encaminhadas para a 3ª Conferência Estadual, entre os dias 6 e 8 de novembro, em Curitiba. Para a representante das pessoas LGBTT+ de Guarapuava, Sabrina Matheus Marques, este é o primeiro passo para que toda a população conheça os números de casos de violência e desrespeito e a importância da inclusão dos transexuais nos diversos segmentos da sociedade, além do mercado de trabalho. “Para nós, comunidade LGBTT e as diversas minorias de gênero, esta conferência vem para reunir as pessoas que reivindicam uma realidade diferente e as ações que são obrigatoriedade do poder público na efetivação de direitos e garantias fundamentais”, conclui.